Fábrica do Cassequel
Na vila da Catumbela, a cerca de 7Km a Sul do LOBITO, Angola, existiu até quase ao final da segunda metade do século XX, uma fábrica de manipulação da cana sacarina, primeira usina do género construída em Angola, e que havia sido fundada pelo célebre João Brandão, (Midões, Beira, Portugal 1825 / Bié, Angola 1880) um degredado, e que teve como primeiro nome Fazenda Maravilha.
JOÃO Brandão, um ladrão salteador, aventureiro, eventualmente político da facção que mais lhe fosse conveniente – o Bando dos Brandões, armado de trabucos, clavineas, clavinetas, trabucos e punhais, fez parte dos “voluntários da Rainha”, partindo de Midões para combater na guerra civil, e que depois se mantiveram encostados ora ao Partido Progressista – a esquerda liberal da época – ora ao Partido Regenerador – a direita conservadora de então – ora ao Partido Histórico – o Centro Esquerda moderado da ocasião!
João Brandão foi preso na Vila de Tábua, onde foi julgado e condenado em 03 de Junho de 1886, pela morte de um Padre, Padre Portugal e desterrado para Angola.
Uma aura romântica pelo aventureiro, faz com que alguns o considerem um Robin Hood beirão; na realidade, a história o retrata como um bandido, ladrão e assassino. Quando foi deportado para o exílio, em toda a Beira se organizaram festas populares, e o povo cantou nas ruas, sendo ainda hoje conhecida em Portugal, a cantiga “Lá Vai João Brandão”!
Após a morte de João Brandão, a Fazenda Maravilha passou a ser administrada pelos seus filhos, jovens e inexperientes, e os negócios começaram a decair. Foi então que uma família, que anos mais tarde viria a ter como negócio um Banco, os Espírito Santo – nome de cristão novo – convenceu os dois rapazes a injetar capital na empresa para uma retomada e crescimento dos negócios.
Quando os rapazes Brandão deram por isso, já a propriedade pertencia na totalidade aos judeus novos cristãos, e rebatizada com o nome de Sociedade Agrícola do Cassequel.