O Forte e Pedras de Kandumbo
A cerca de 25 Km da cidade do Huambo,em direção ao Bié, ergue-se uma monstruosa massa granítica, que foi cenário de titânicas lutas do Soba N’Dala contra os colonizadores Portugueses; essa massa granítica é o soberbo Forte Natural das Pedras do Kandumbo.
Os Huambos, anteriormente batidos na Embala do Huambo, perto do Soque, e depois das pedras da Ganda e Kané, perto da Kaála, depositaram neste Forte Natural e no Grande Soba N’Dala – víbora – e seus comandantes de guerra, as últimas esperanças.
Decorria o ano de 1902, e o exército Português, com a ajuda de alguns Boers, cercaram o Forte de Kandumbo; a batalha durou 3 dias e 4 noites de tiroteio ininterrupto, no fim dos quais, em 20 de Setembro, o capitão Português Teixeira de Moutinho, ordenou os últimos tiros de dois canhões de setenta milímetros, contra o Forte.
N’Dala jazia morto, perto da paliçada exterior.
Os crâneos de N’Dala e sucessores, repousam num relicário triangular, a que se dá o nome de Kalunda. Foram reconstruídas as cubatas de N’Dala e de alguns aceclas, com um pequeno templo – Etambo – bem como algumas cubatas de guerreiros e de mulheres deles.
Segundo a crença dos Huambos, N’Dala, bem como todos os guerreiros mortos na batalha de 16 a 20 de Setembro de 1902, não conformados com a derrota, ainda não deixaram as pedras de Kandumbo, sendo possível vê-los, reencarnados em pequenas Kanytas – roedores que vivem nas pedras – que se escondem e espreitam curiosos à aproximação de qualquer estranho, intrometido, que venha devassar memórias passadas.